sexta-feira, 15 de julho de 2011

O farsola, o pote e as muitas formas de corrupção

Pedro Passos Coelho é outro dos artistas que têm vindo a governar Portugal nos últimos anos.
O paladino da transparência e da verdade nas contas públicas sonha com a redução do défice, mas sempre à custa dos mesmos. Nem uma medida contra os benefícios fiscais à Banca, nem uma medida contra a isenção de mais-valias, nem uma palavra que explique por que razão só os grandes não vão ter de pagar o imposto extraordinário.
Tal como José Sócrates, Pedro Passos Coelho está refém do grande capital. Está refém dos poderosos. Os que lhe pagaram as sondagens nas vésperas de chegar ao poder no PSD, os que lhe pagaram a campanha interna. Já se sabia que aqueles que o levaram ao poder, mais cedo ou mais tarde, iriam querer o pagamento. A cobrança já começou.
Tal como José Sócrates, Pedro Passos Coelho põe-se de cócaras perante o grande capital. Só que, ao contrário daquele, que voga à medida dos seus próprios interesses, a sua matriz ideológica é exactamente essa: a submissão do Estado aos poderosos. Aos mesmos de sempre.
O problema? O problema é que os políticos portugueses que nos têm governado são corruptos. Corruptos na verdadeira acepção da palavra e moralmente corruptos. Ladrões de colarinho branco, que ao contrário dos heróis da literatura, roubam aos pobres para dar aos ricos. No fundo, são lixo, mas lixo que nem uma agência de rating conseguiria classificar.
É por isso que Portugal é um dos países da Europa em que a diferença entre ricos e pobres é maior. É por isso que as desigualdades aumentam a cada passo. É por isso que o Governo corta a torto e a direito nos grandes «privilégios» dos trabalhadores por conta de outrem e deixa impunes os pobres capitalistas que vivem à custa do dinheiro que não é seu. É que um novo imposto, a gentalha do capital não poderia suportar. Tem de continuar a enriquecer. Tem de continuar a poder emprestar dinheiro à economia, diz o farsola que estava mortinho por ir ao pote. Sim, tem emprestado muito até agora…
Aos meus amigos e conhecidos: Depois disto, venham com as costumeiras estórias do Rendimento Mínimo, essas migalhas que os nossos políticos dão aos miseráveis, como se estivessem a dar uma grande coisa, e venham com as estórias de quem não quer trabalhar. Insulto-vos de tudo no mesmo segundo.

Ricardo Santos Pinto

Nenhum comentário:

Postar um comentário