sexta-feira, 6 de maio de 2011

Viajar numa nave de loucos...


O acordo firmado esta semana entre as autoridades politicas de Portugal e a dita troika não significa mais que uma das ultimas, se não a derradeira, oportunidade encontrada para tentar salvar a comunidade e em especial o euro. Digo que foi firmado, mas isso ainda não corresponde a verdade, uma vez que o mesmo deveria ser sufragado pela Assembleia da Republica, e ninguém sabe muito bem como tal vai ser possível, uma vez que a dita Assembleia foi dissolvida e neste momento não passa de um fantasma...
A fronteira real existente entre o potencial regresso de Portugal aquilo que era anterior ao euro e a manutenção da subserviência comunitária, ou a continuação da vivencia de continuados e repetidos atentados a nossa soberania., são os estados de alma a ter em linha de conta como determinantes.
Com a entrada na comunidade europeia perdemos as pescas, a agricultura a metalomecânica, a siderurgia nacional e hipotecamos tudo aquilo que algum dia foi o sustentáculo econômico e social de Portugal, em troca recebemos um aparente aumento do nível de vida, situação que agora chegou a hora de ter que ser paga com largos juros de mora e as devidas correções...
Os portugueses, tal como o próprio Estado, gastaram sem limites nem o mínimo de responsabilidade durante pelo menos duas décadas. O Estado não parou de fazer investimentos públicos ruinosos e sem qualquer possibilidade de retorno, pois plantar alcatrão por esse Portugal afora só beneficia quem roda nas estradas nacionais, e se economicamente isso significasse uma mais valia no transitário de mercadorias, a nossa balança comercial seria uma estrela dentro de toda a comunidade, mas não passa de terceiro ou quarto País menos produtivo de toda a comunidade, incluindo já os novos aderentes do leste.
Quando o Estado se apercebeu (mal e tardiamente) que o dito setor publico estava em derrapagem, escolheu o caminho da mascarada, e lançou o setor privado para dessa forma tentar esconder o buraco das finanças publicas. Má opção... muito má opção que conduziu Portugal ainda mais rapidamente para o abismo onde hoje se encontra.  
Ninguém pode culpar o Partido Socialista como único responsável da situação, pois foi precisamente nos governos do PSD que nasceu a chamada engenharia financeira de tentar tapar o sol do buraco do “monstro” como o próprio Cavaco lhe chamou, com uma peneira de falsas expetativas.
As famílias portuguesas olhando para os exemplos que vinham de cima, pela mão dos governantes, resolveram elas próprias entrar nessa mascarada, empanturrando-se de cartões de credito, revisões de empréstimos, investimentos em produtos adulterados, e ainda apostas no chamado jogo de Ponzi e até surgiram a saudosa Dona Branca e o milagreiro BPN que transformou tostões em milhões nos bolsos de alguns incluindo Cavaco Sila e a sua familia... Dias Loureiro é hoje um cidadão nababo residindo no paraíso de Cabo Verde, rindo descaradamente dos papalvos que foi enganando com as suas jogadas de mestria econômica.
Com a desculpa de uma boa gestão, o Estado foi entregando, por exemplo; hospitais a privados, e os resultados desastrosos não demoraram a chegar. Empresas, ditas publicas, foram entregues a privados para que a gestão fosse mais rigorosa, diziam eles..., e na sua maioria o desastre foi ainda mais acentuado e rápido, estando muitas delas a beira do colapso, pois rigor levado a cabo por incompetentes gestores acaba sempre por se transformar em tragédia.  
Li a alguns dias uns trechos do livro de Álvaro Santos Pereira – “Portugal na Hora da Verdade” e para meu espanto descobri que a situação é na verdade bem pior do que sequer imaginava que poderia ser. Não foi de forma alguma surpresa para mim constatar que das dez empresas com maior embalagem de dividas, sete pertencem de forma direta ou indireta ao Estado e estão entregues aos tais gestores milagreiros.
Olho agora para os alegados programas eleitorais, que os dois maiores partidos nacionais querem impingir aos eleitores, e descubro no pré-projeto do PSD, que vai ver a luz do dia, dizem, no domingo, a tentativa de acentuar ainda mais esses erros do publico versus privado, agravados por uma tentativa de venda daquilo que ainda esta a funcionar e produzir economicamente a níveis positivos.
Como será possível os portugueses aceitarem de bom grado a manutenção de autênticos emplastros na mão do Estado, e ao mesmo tempo se permitir alienar patrimônio de entidades que são a imagem de marca de Portugal e estão a dar lucros plenos.
O interesse econômico selvagem esta a querer torpedear o superior interesse do Estado, servindo-se para isso de infiltrações de falsos “inocentes” tipo Pedro Passos Coelho, que estão a ser robotizados no sentido de se chegarem ao coração do poder para dessa forma facilitarem o saque do erário publico mais descarado de que podemos ter memoria.
A chamada, por mim, máscara financeira do sistema publico maquilhada na utilização do privado que foi a grande causadora da irresponsabilidade nacional tem de ser estripada de uma vez por todas.
Vai caber ao Estado Português ter a sensibilidade necessária para entender a superior necessidade de cortar a direito nas despesas publicas desnecessárias, separando o assessório daquilo que são as despesas impossíveis de afogar, e ao mesmo tempo tratar de viabilizar aquilo que ainda pode ser viabilizado, e sim; alienar o quanto antes tudo aquilo que esta a afogar Portugal em, dividas internacionais, que aumentam a cada hora que passa.
Para que a responsabilidade financeira regresse (se é que ela algum dia existiu nos últimos 37 anos) e para que Portugal possa pelo menos tentar sair desta situação dramática, não pode de forma alguma, o Estado, continuar a alimentar, por exemplo; uma RTP, a desbaratar recursos em setores afundados, mas também não podemos deixar enriquecer com negócios de venda ao desbarato aos interessados na REN ou CGD, entre outros.
Pedro Passos Coelho que tenha lá paciência mas Portugal apesar de estar numa situação calamitosa, ainda não está a saque por qualquer preço, e os grupos econômicos que o sustentam, na liderança do PSD, vão ter que ter alguma paciência, nomeadamente Angelo Correia e seus apaniguados.
Sabemos o quanto os políticos são exímios na nobre arte do engano, mas ninguém, nem mesmo os políticos, conseguem enganar toda a gente para todo o sempre...
Os devaneios inconsequentes deste rapazola inexperiente, compulsivamente incompetente e terrivelmente inseguro não anunciam nada de bom para Portugal e para os portugueses, mas felizmente que a última sondagem da Universidade Católica nos deixa ainda uma leve réstea de esperança em que os portugueses não entreguem de mão beijada o País ao incrível amadorismo revelado pelo PSD em prejudicar o País, visto que, 45 dias depois da rejeição do PEC IV no Parlamento, ainda não existe uma alternativa credível!
Assim sendo; os portugueses demonstram que não esquecem as atitudes do PSD em lesar os interesses do País, e ao mesmo tempo não confiam em entregar a Sócrates os destinos com maioria.
Chega!!!
Devia chegar, mas na realidade Portugal ainda não esta preparado para parar com as loucuras e vai ficar ainda bem pior do que já se encontra no dia de hoje, com um parlamento ainda mais pobre intelectualmente, e um País perfeitamente dividido, não entre Norte e Sul, mas entre uma esquerda trauliteira e despreparada e uma direita incompetente e vendida economicamente aos senhores que tem o capital nas mãos!!!
É assim como viajar numa autentica nave de loucos....
“João Massapina”

Um comentário:

  1. Realizada nos dias 30 de Abril e 1 de Maio de 2011, a sondagem obteve 1370 inquéritos válidos, que dão ao PS 36 por cento das intenções de voto, contra 34 por cento ao PSD. O CDS-PP é o terceiro partido, com 10 por cento das intenções de voto, enquanto a CDU apresenta 9 por cento e o Bloco de Esquerda 5 por cento. A margem de erro associado à amostra é de 2,6 por cento.
    Segundo os dados de outra sondagem realizada pela Universidade Católica em Abril, o PSD venceria então com 39 por cento dos votos e o PS teria 33 por cento. Os resultados obtidos este mês pelo Partido Socialista mostram que o PSD se encontra em queda acentuada, tendo perdido cerca de 5 por cento das intenções de voto.

    Tal como aconteceu no barómetro de Abril, o número de indecisos continua muito elevado e é agora de 30 por cento do total da amostra, contra 32 por cento no mês passado. O número de votos brancos e nulos também desceu 2 por cento.

    O CDS-PP sobe nas intenções de voto, passando de 7 para 10 por cento, mas mesmo assim uma eventual coligação com o PSD fica mais longe da maioria absoluta do que estava em Abril.

    A grande maioria dos inquiridos (58 por cento) continua a preferir um governo de coligação e apenas 26 por cento um governo minoritário.

    Ficha técnica

    Esta sondagem foi realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP) para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 30 de Abril e 1 de Maio de 2011. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram obtidos 1370 inquéritos válidos, sendo que 58% dos inquiridos eram do sexo feminino, 33% da região Norte, 20% do Centro, 34% de Lisboa e Vale do Tejo, 6% do Alentejo e 6% do Algarve. A taxa de resposta foi de 52,4%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1370 inquiridos é de 2,6%, com um nível de confiança de 9

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